Três obras no Nordeste que eram tratadas como um dos maiores legados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após dois anos do fim de seu mandato, sofrem com o descumprimento de orçamentos e prazos. A principal delas, lançada em 2006 e que deveria resolver o problema na seca no semi-árido nordestino, é a que avança mais rápido. A transposição do Rio São Francisco, que leva água para o sertão por meio de canais ligados à bacia hidrográfica do rio, deve chegar a 10 anos de execução, e sem a convicção do governo de que será concluída. Já a que seria responsável por promover desenvolvimento e interligar logisticamente a região, a Ferrovia Transnordestina, passa nos últimos dois anos por um processo de revisão orçamentária. Outra obra importante a ferrovia Oeste/Leste também esta parada por problemas detectados pelo Tribunal de Contas da União-TCU. Por fim, na Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco — que seria tocada em parceria pelas estatais petrolíferas do Brasil e Venezuela — o orçamento explodiu, e o prazo de conclusão das obras se prolongou por mais de quatro anos. O sentimento na região é de que, o desenvolvimento econômico nordestino perdeu fôlego, e que estas obras não são as prioridades atuais do novo governo. Para Jorge Ramos, presidente da Sociedade Internacional de Automação (ISA, na sigla em inglês), com a desistência de algumas empresas em investir no Nordeste, algumas obras foram retiradas da lista de urgência.
Grandes obras do PAC empacaram
A transposição do rio São Francisco se arrasta. (Foto Divulgação)